Entrevista: Maria Eugênia

Missão. Talvez essa seja a palavra que não só defina a trajetória da colega Maria Eugênia, mas que seja o substantivo motor de sua vida.

Nascida em São José do Calçado e, após uma infância humilde na zona rural do município, mudou-se para Vitória em 1983 e começou a morar em um hotel na Avenida Cleto Nunes. Curiosamente, há apenas uma quadra do Vitória Park, que até pouco tempo foi sede para as Varas do Trabalho da capital.

O início da sua vida em Vitória não foi fácil. Maria Eugênia não só morava no hotel Minister, como também fazia os serviços de limpeza dos banheiros, trabalhos na cozinha e ainda lavava roupas. Sua realidade começou a mudar quando, aos 16 anos, conquistou um estágio na Vale e, aos 17, exercia funções no RH de uma empreiteira da mineradora.

Nessa idade, mesmo ainda sendo menor, a associada já frequentava audiências da Justiça do Trabalho e por isso decidiu que queria ser servidora. Aos 18, começou a fazer concursos públicos e com 20 anos fez para o TRT-ES. Convocada em 1995 para o gabinete do desembargador José Carlos Rizk, a colega foi, dois anos depois, nomeada servidora efetiva do Tribunal.

Os estudos nunca deixaram de fazer parte da vida de Maria Eugênia. Afinal, como já relatado, missão é o que não falta em sua vida e nem pode faltar. A servidora foi, na mesma época que efetivada, aprovada em pedagogia, na Ufes. Era da faculdade para o trabalho e do trabalho para casa. Subia e descia 144 degraus de escada todos os dias, pois morava no Morro do Moscoso. “Sempre que passava do horário no trabalho, o Dr Rizk me levava de carro no pé do morro e aguardava eu subir. Trabalhar com ele e Jaqueline me fez aprender muita coisa”, afirma a associada.

“Comecei a trabalhar na mesma avenida em que eu era doméstica”

Emoção é o que não falta na história de Maria Eugênia. O antigo hotel Minister, onde trabalhou com serviços domésticos, era agora passado para a servidora. Começando as atividades na 3ª VT de Vitória em 1998, a gratidão recheou seu coração ao se dar conta de que na mesma rua onde iniciou sua trajetória na capital, estava o seu tão sonhado emprego no Tribunal.Após todos esses anos, a mudança do Vitória Park para a nova sede comoveu muito a colega. “Eu pedi a Deus que eu fosse a última servidora a sair para a nova sede. Fomos o último setor a sair e na hora da mudança eu ajudava e chorava, pois se fechou um ciclo de vida na Avenida Cleto Nunes”, comenta.

Maria Eugênia é lotada no Setor de Atendimento de 1ª Instância, onde ocupa a chefia, e há 11 anos faz o trabalho de atermações. A servidora afirma que ama sua função. “Como atermadora tive grandes experiências. Muitos trabalhadores passam a ser amigos meus e até me convidam para ir em suas casas”. O coração missionário da servidora a leva até mesmo a ajudá-los fora das paredes do tribunal, como uma amiga. “Esse público é a minha história, por isso os atendo com todo o amor”, afirma.

“Ele é meu combustível para lutar todos os dias”

Além de uma profissional exemplar e um ser humano altruísta, Maria Eugênia é uma pessoa família. Com duas filhas, três netos e um sobrinho especial do qual é curadora, ela fala com orgulho de todos e cita também os seus irmãos, sua mãe, pai e todos os outros sobrinhos. Isso revela quem ela é: uma pessoa que abraça a todos.

Tanto é assim que uma das escolhas da sua vida é ser missionária. Cristã, Maria Eugênia visita hospitais, clínica de dependentes químicos, crianças carentes e moradores de rua, para os quais distribui alimentos e prega o evangelho.

A vida da associada é a prova de que quando se dá gratidão, também se recebe. Ela agradece a todos os colegas que passaram e ainda passam pelo seu caminho na Justiça do Trabalho e na vida.

Para definir a sua história, Maria Eugênia escolhe a passagem bíblica Provérbios 16:3:Consagre ao Senhor tudo que você faz, e os seus planos serão bem sucedidos.

Nós agradecemos a associada pela sua história e pelo seu tempo de dedicação à JT, à sociedade e a todos que a cercam.

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