Enquadramento e recorte da imagem

Quando vamos pesquisar sobre enquadramento em fotografia sempre encontramos aquela velha lista de tipos de enquadramento, tais como: plano geral, plano americano, primeiro plano e plano detalhe. Isso é muito bom quando vamos fazer, por exemplo, um roteiro de um vídeo ou um briefing de uma foto para uma campanha publicitária, pois esses nomes facilitam a conversa entre os profissionais que trabalham nessa área. Contudo, para quem quer apenas aprender dicas de fotografia para o uso no dia-a-dia, essas classificações de enquadramento não ajudam muito. O importante neste caso é saber como podemos cortar nossas fotos e, para isso, existem algumas regras simples a serem seguidas. Como em toda regra existe exceção, você pode conseguir boas fotos fugindo das dicas apresentadas aqui. Mas, em caso de dúvida, siga o roteiro deste post e tenha a garantia de não errar no enquadramento.

Recorte do corpo

A dica aqui é muito simples: nunca corte o corpo de uma pessoa nas articulações. Ex: joelho, punho, cotovelo, tornozelo, etc. Isso faz a pessoa parecer amputada, maneta, perneta…

Para fugir a essa desagradável sensação a dica é sempre cortar o corpo entre as articulações. Assim, é permitido cortar no meio da perna, no meio da coxa, no meio do antebraço e no meio do braço. É claro que quando eu digo no meio, isso não significa exatamente no meio do membro. Pode ser um pouquinho pra cima ou pra baixo. O importante é nunca ser na articulação.

No caso da barriga, corte acima ou abaixo do umbigo, mas nunca exatamente sobre ele. A mesma regra serve para os mamilos. Abaixo é mostrado um diagrama de onde os cortes podem ser feitos (em verde) e onde não devemos cortar a foto (em vermelho).

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Veja os exemplos a seguir, na primeira foto o modelo foi cortado no meio da coxa; já na segunda foto, temos um enquadramento mais ousado, em que a modelo foi cortada em diversos locais. Contudo, observe que em nenhum momento fugiu-se a regra. Os corte foram feitos todos entre as articulações dos membros.

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Recorte da cabeça

Existe a ideia de que uma foto bem feita é aquela em que não se corta a cabeça do modelo. Bobagem! Pode-se cortar a cabeça a vontade, desde que se corte nos locais certos. Para isso, a regra é muito simples. Podemos cortar a cabeça nos seguintes locais: topo da cabeça; meio da testa; meio do nariz; entre o nariz e a boca; e meio do queixo. Em outras palavras, só não podemos cortar a cabeça na altura dos olhos e da boca. Veja os seguintes exemplos:

Abaixo temos uma foto muito clássica. Perceba que o corte no topo da cabeça não prejudica a imagem. Contudo, o corte na cabeça só faz sentido se a pessoa estiver enquadrada em primeiro plano, ou seja, preenchendo toda a imagem. Note que nesta foto os ombros também foram cortados. Não teria sentido fotografar a pessoa de corpo inteiro só com o topo da cabeça cortada.

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Neste segundo exemplo a modelo foi cortada na altua da testa. A imagem continua bastante natural. De novo, só faz sentido cortar a testa desta maneira se a pessoa estiver enquadrada em primeiro plano.

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Neste terceiro exemplo, o enquadramento está bem mais fechado. Perceba que as modelos tiveram seus rostos bastante cortados. Contudo, os olhos e a boca foram preservados.

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Neste quarto exemplo já temos um plano detalhe. Não vemos o rosto todo da modelo. Entretanto, perceba que o corte da imagem não foi feito a esmo. O rosto foi cortado no meio do nariz e os braços foram cortados entre as articulações.

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Por fim, temos um exemplo de plano bem fechado. A boca até foi cortada no canto esquerdo, mas isso não compromete a imagem, já que a regra de não cortar a boca se refere a cortá-la horizontalmente na linha de divisão dos lábios.

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Recorte da cena

Existe uma diferença enorme entre deixar os objetos da cena aparecerem inteiros na foto ou deixá-los vazarem para fora da imagem. Neste caso não existe certo e errado, tudo depende da intenção que você tem com a foto. No geral, o que posso dizer é que, se tratando de um cenário, o melhor é cortar os objetos que aparecem nos cantos da foto. Assim, temos a impressão de que o cenário continua além da imagem, ou seja, de que ele é grande. Caso contrário, se enquadramos todos os objetos inteiros na foto, fica evidente de que o cenário é só aquilo que aparece, o que pode dar uma sensação de pobreza ou pequenez.

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Veja esse primeiro exemplo acima. Perceba que todos os objetos estão cortados: o livro, o abajur, a janela com a cortina e o rapaz dormindo. Isso dá a sensação de que o quarto é grande, de que existem outras coisas fora da foto que não foram mostradas. Ainda temos a sensação de que a mesa sobre a qual está o livro também é grande e que devem existir outros objetos ali além do livro. Além disso, cortar o livro e o abajur, dá a impressão de que esses objetos estão mais próximos e a cena, neste caso, fica dividida em dois planos distintos: o primeiro onde estão os personagens de brinquedo e o segundo onde está o rapaz.

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Neste segundo exemplo vemos uma pessoa atacando a geladeira de madrugada. Perceba que nenhum alimento aparece por inteiro na foto com exceção dos potes que estão na porta da geladeira. Cortar os alimentos em primeiro plano faz parecer que tem mais comida na geladeira, que tem tanta comida que nem coube na foto.

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Por fim, veja esse exemplo de Pierre et Gilles. O conjunto de rosas que rodeia o modelo se estende para além da foto. Isso faz parecer que existe um número muito maior de flores, porque não sabemos até onde elas vão. Contudo, podemos intuir que, na verdade, as rosas não eram tantas assim, pois não teria necessidade encher o cômodo todo de rosas para tirar a foto, se só com um pouco já conseguimos o efeito desejado apenas com base no enquadramento.

Para finalizar, no momento de fazer o recorte da imagem pense também na harmonia da composição. Para tanto, a regra dos terços é bastante útil.

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Fonte: Fotografia Fácil.

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