Câncer de mama: preocupação, desapego, superação e gratidão

A Associação dos Servidores da Justiça do Trabalho no Estado do Espírito Santo (Ajustes) apoia a campanha “Outubro Rosa”, que tem como objetivo principal alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e, mais recentemente, sobre o câncer de colo do útero.

E, para encerrar a nossa campanha com chave de ouro, entrevistamos a servidora da Justiça do Trabalho (TRT 17ª Região), Glenia Angelica do Nascimento, 48 anos, que deu um depoimento de superação. Ela descobriu o câncer de mama casualmente, o que, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), é comum de ocorrer em 65% das mulheres. O nódulo tinha apenas 0,5 milímetro. Neste caso, as chances de cura chegam a 95%. Mas, mesmo assim, ela conta que foi muito difícil, principalmente a fase da quimioterapia. O tratamento durou 1 ano.

Assim como as borboletas sofrem a metamorfose, momento em que ocorrem mudanças em seu corpo até se tornarem adultas, Glenia afirma que, após esse problema em sua saúde, surgiu uma nova mulher. Hoje ela está mais forte, feliz, humana e valoriza cada dia vivido, olha para os lados e percebe beleza em uma simples maçã.

Acompanhe a entrevista:

Ajustes – Como você descobriu o câncer?

Glenia – Descobri o nódulo por acaso: fui tomar banho e usei um esfoliante, que ganhei de uma amiga. Isso não fazia parte de minha rotina, que era sempre muito corrida. Se tivesse usando uma bucha vegetal, que é o mais comum, provavelmente não teria percebido. No mesmo fim de semana fui caminhar com o meu marido e encontramos com um amigo, cujo a esposa havia falecido de câncer de mama. Mesmo estando com os meus exames em dia, um sinal de alerta apitou dentro mim! E não perdi tempo! Foi tudo muito rápido: em uma semana fiz a consulta, a mamografia, a biopsia, recebi o diagnóstico e fiz a cirurgia.

Ajustes – Qual foi a sua primeira reação?

Glenia – Fiquei sem chão no momento que o médico disse que era um tumor maligno e que teria que operar o quanto antes.  Mas ao invés de questionar e pensar porque comigo pensei em enfrentar e superar. Sempre fui muito otimista! Isso me ajudou muito! “Minha única preocupação era viver”.

Ajustes – Como foi o tratamento?

Glenia – A pior fase foi a quimioterapia e a queda de cabelo. Sempre tive muito cuidado com o meu cabelo. Quando começa a cair é muito difícil de enfrentar. Tem que desapegar e seguir em frente!

Ajustes – O que esse acontecimento mudou na sua vida e rotina?

Glenia – Me sinto como uma borboleta, pois ressurgi muito mais fortalecida. Enxergo o mundo de outra maneira. Hoje dou importância ao que realmente importa e aprendi a amar mais e melhor. Penso que tive uma oportunidade na vida! Passei por isso sem revolta. E fiquei mais perto de Deus, pois desenvolvi, ainda mais, a minha espiritualidade.

Ajustes-  Qual o conselho para as outras mulheres?

Glenia – O conselho que dou para as mulheres, de um modo geral, é que não tenham medo de nada. Somos capazes de superar tudo que vem direcionado a nós. Tenham foco, fé, acreditando sempre na superação. É preciso viver um dia de cada vez. O hoje me fortalece para o amanhã. “E já se foram 11 anos e 5 meses de nova vida, de vitória. O sentimento é de gratidão!

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